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Jornalista da Tribuna Independente é ameaçada por bolsonaristas após publicação de reportagem e pede medida cautelar

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Jornalista da Tribuna Independente é ameaçada por bolsonaristas após publicação de reportagem e pede medida cautelar

Em grupo de WhatsApp circula fotos e informações sobre a repórter

Por Tribuna Hoje11/11/2022 18h23 - Atualizado em 11/11/2022 21h24
Jornalista da Tribuna Independente é ameaçada por bolsonaristas após publicação de reportagem e pede medida cautelar
As intimidações são derivadas da matéria jornalística sobre as ameaças ao deputado Paulão (PT) por grupos bolsonaristas de policiais da reserva em reportagem - Foto: Sandro Lima

A jornalista da Tribuna Independente Thayanne Magalhães registrou um Boletim de Ocorrência neta sexta-feira (11) após ter sido ameaçada por participantes dos atos antidemocráticos que acontecem em frente ao Quartel do Exército, na Avenida Fernandes Lima, em Maceió. Os atos acontecem desde o dia 31 de outubro, após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas nas eleições presidenciais de 2022.

“A Thayanne é a jornalista que faz esse tipo de matéria. A senhora sabe que jamais ameaçamos nenhum deputado, ministro ou político. Ainda que contrários as nossas opiniões” diz uma das mensagens encaminhadas. Durante outra troca de mensagens, fotos da repórter também foram divulgadas com os dizeres “jornalista parcial”.

As intimidações são derivadas da matéria jornalística sobre as ameaças ao deputado Paulão (PT) por grupos bolsonaristas de policiais da reserva em reportagem. A esposa de um ex-policial civil que saiu na lista como sendo um dos principais organizadores dos protestos foi quem encaminhou as mensagens que circulavam pelos grupos para a repórter.

“Quando saiu a matéria da ameaça que o Paulão sofreu, eles disseram que não ameaçaram ninguém, que é mentira. Quem falou não fui eu, foi o Paulão. A partir dessa matéria, começaram a circular prints de fotos minhas entre os organizadores das manifestações do Quartel. Quando recebi esses prints, fui na delegacia, registrei Boletim de Ocorrência e pedi medida cautelar, porque estou me sentindo ameaçada”, relatou Thayanne.

Segundo a delegada Ana Luiza Nogueira, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, o Boletim de Ocorrência (BO) pelo crime de ameaça foi registrado no Complexo de Delegacias Especializadas, na Mangabeiras. “Nós também vamos adotar medidas cautelares com relação à questão das informações, documentos e fotos divulgadas em redes sociais. Vamos adotar medidas em relação a isso”, explicou a delegada.

Ataques ao livre exercício do jornalismo

O Sindjornal chama atenção da população para os graves e recorrentes ataques cometidos contra os jornalistas quanto ao exercício da profissão, com frequentes tentativas de violação à liberdade de imprensa.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) Izaías Barbosa, os jornalistas brasileiros estão sendo atacados por pessoas que seguem a política de perseguição adotada pelo Governo Federal aos profissionais de comunicação, que estão desempenhando a sua função de informar a sociedade.

“A colega apenas mostrou aquilo que eles não fizeram questão de esconder quando ameaçaram o Deputado Paulão nas redes sociais, então não era segredo para ninguém. Não foi ela quem disse para todo mundo quem eram os envolvidos nisso, foi a inteligência da Polícia que investigou e descobriu quem participou desses movimentos antidemocráticos que vêm acontecendo em todo o país”, disse Izaias.

Ainda segundo o presidente, o Sindjornal repudia toda e qualquer tentativa de calar jornalistas. “A sociedade brasileira não pode concordar com as tentativas de acabar com a livre expressão, jamais poderíamos concordar com isso, principalmente sendo a entidade que representa toda a categoria. Esperamos que as tentativas de calar a companheira e as ameaças às quais ela vem sofrendo sejam investigadas e culpados sejam punidos conforme a lei. Ninguém pode só porque não concorda com determinada coisa, que eles não fizeram questão de esconder. Ameaça por ela estar no pleno exercício da função dela, cumprindo a sua função de informar”, finalizou.

De acordo com Valdice Gomes, integrante da diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a posição da Fenaj quanto à violência direcionada a jornalistas é de repúdio. “Esses casos de violência têm se repetido em todo o Brasil, é uma violência, um ataque à imprensa, parte de pessoas que não aceitam a democracia, isso está evidente”, disse.

Para ela, a sociedade também é afetada com isso. “Esses ataques têm como objetivo calar a imprensa e calar a imprensa é deixar o povo sem informação, sem conhecimento do que está se passando. Não podemos aceitar esses ataques como se não fossem nada importante. O profissional da impressa precisa de um ambiente de trabalho seguro para que possa desenvolver o exercício da sua profissão”

Em contato com o Ministério Público, a Tribuna Independente foi informada que a repórter deve entrar com uma representação oficial para apurar os fatos, para que o órgão analise qual promotoria poderia atuar no caso.

OAB/AL repudia violência contra jornalistas

A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB/AL), através da Comissão de Direitos Humanos, percebe o ataque direcionado à jornalistas com preocupação. “Haja vista o direito à liberdade, e mais caro ainda, o direito à liberdade de imprensa, conferido não só pela Constituição, como também o pacto San José da Costa Rica com várias normas de Direitos Humanos. Também por entendermos que o direito humano básico da liberdade de imprensa é fundamental para que o cidadão tenha acesso à informação”, explicou Roberto Moura, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL.

“Jamais um jornalista no seu exercício profissional pode ter a sua liberdade punida, pode ter seu corpo violado, ser ameaçado, haja vista que isso fere a liberdade de impressa. O posicionamento político desse grupo viola uma série de direitos e garantias fundamentais. Nesse sentido a OAB se coloca na posição de um estado democrático firme, imprensa livre e não que ela seja encalhada, ameaçada, vilipendiada e lesada de alguma maneira”.

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