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Nos 40 anos do Mundial do Flamengo, Zico conta segredo da vitória e papo com Nunes: “No terceiro, eu nem olho”

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Nos 40 anos do Mundial do Flamengo, Zico conta segredo da vitória e papo com Nunes: “No terceiro, eu nem olho”

 

Por Redação do ge

Há exatos 40 anos, um baile que colocou os ingleses na roda fez o Flamengo conquistar um título que não tem outro igual nas salas de troféus dos grandes cariocas, o Mundial Interclubes de 1981. E para reviver os 3 a 0 sobre o Liverpool, Zico, em declarações ao “The Players Tribune”, passeou por capítulos anteriores à histórica goleada.

Falou sobre a devolução dos 6 a 0 contra o Botafogo, em 8 de novembro daquele ano. Do título da Libertadores, conquistado em 15 dias depois após três batalhas contra o violento Cobreloa, do Chile. E ainda passou pela morte de Cláudio Coutinho, técnico que montou o maior Flamengo de todos os tempos, pelo título estadual, vencido em 6 de dezembro diante do Vasco e oferecido a Coutinho.

Zico em ação no Mundial contra o Liverpool — Foto: Masahide Tomikoshi / TOMIKOSHI PHOTOGRAPHY / Divulgação

Depois de narrar detalhadamente os principais acontecimentos dentro de 36 dias (de 8 de novembro ao histórico 13 de dezembro), Zico tratou de revelar o segredo da vitória. O maior dos jogadores que vestiu o vermelho e preto do Flamengo cita o estudo do assistente Jairo Santos como a grande chave para o elástico triunfo sobre o Liverpool. Ao saber como o adversário se portava em campo, o Galinho de Quintino combinou como o centroavante Nunes teria de se movimentar para aproveitar as chances. Será que deu certo? Leia abaixo:

“Dia frio e de céu azul na capital japonesa. Em campo, um passeio. O que eu acho que aconteceu ali: o Liverpool não conhecia o Flamengo e nem se preocupou em conhecer. Sabiam quem era o Júnior, eu e mais nada. Já a gente… Vou contar um segredo aqui. O segredo da nossa vitória.

A gente teve a sorte de ter tido o Coutinho, que tinha um assistente, o Jairo Santos, que, por sua vez, documentou todos os times da Europa. Quando eu digo todos, é todos mesmo! Ele sabia como jogavam alguns clubes europeus que eu nem tinha noção que existiam. Quando o Coutinho saiu, ele deu todo aquele material pro Carpegiani, que tinha virado técnico no começo do ano.

A gente já sabia como o Liverpool jogava, a linha de impedimento, a linha de quatro… Nós não deixamos de jogar o nosso jogo, mas nos aproveitamos de algumas situações. Se eles vinham com tudo, eu combinei com o Nunes que era pra ele ficar esperto, que eu ia lançar. Eles fazem a linha, eu meto a bola, e o Nunes entra sozinho.

O primeiro gol eu lanço por cima, Nunes bota pra dentro na saída do goleiro. O segundo eu bato a falta, a bola quica na frente do goleiro, sobra pro Adílio, que bota pra dentro e sai correndo apontando pra tribuna, onde estava a mulher dele. Eles tinham acabado de noivar.

No terceiro, eu nem olho. Já sabendo que os zagueiros estariam em linha, lanço o Nunes por baixo. Ele correu muito, mas deu só dois toques na bola. O segundo foi o chute. Tudo resolvido no primeiro tempo”.

Zico também rechaça a conversa de torcedores rivais que apontavam certo desinteresse do Liverpool em relação ao duelo com o Flamengo:

“Muita gente tenta desvalorizar, dizendo que os ingleses menosprezaram a disputa, mas nada disso. O nosso time era bom mesmo, metemos aquele chocolate, e eles ficaram quietinhos lá, né? Ninguém comenta que eles tinham vantagem física, porque chegaram no meio da temporada, com melhor condicionamento, e a gente estava no final. O desgaste para nós era grande, mas a qualidade do nosso time era ainda maior. Sem contar que sabíamos exatamente cada movimento que eles iriam executar no campo. É por isso que eu disse que, pra contar a história do Mundial de 1981, só contando tudo desde o começo”.

Zico em ação contra o Liverpool pelo Flamengo, em dezembro de 81 — Foto: Masahide Tomikoshi/TOMIKOSHI PHOTOGRAPHY

De volta ao Rio desde segunda-feira passada após encerrar mais uma passagem pelo Kashima Antlers, onde atuava como diretor técnico desde 2018, afirma que se emocionava lá do Japão quando ouvia a música “Em dezembro de 81, botou os ingleses na roda…”. Aliás, o tão falado dezembro de 81, jamais terminou no coração do maior ídolo da história do Flamengo. Confira a parte final do depoimento:

“O mais bonito disso tudo é recordar que ganhei tantos títulos no Flamengo ao lado dos meus amigos. E de uma Nação que, de certa forma, se tornou a extensão da minha família.

Morando do outro lado do planeta, direto eu encontrava torcedores japoneses que ainda se lembram do nosso time e da nossa conquista. É muito simbólico que eu esteja aqui, retornando de mais uma jornada no Japão e escrevendo isso pra você nesta data tão especial, torcedor rubro-negro.

Lá de longe, eu continuava me emocionando quando via nosso povo na TV cantando que o “3 a 0 no Liverpool ficou marcado na história”. E continuo tendo certeza que, mesmo depois de tanto tempo, nada mudou. Que aquele mês de dezembro ainda não acabou.

A maior torcida do universo.

O mais querido da América.

O maior clube do Brasil.

E no Rio? “Não tem outro igual. Só o Flamengo é campeão mundial.”

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