Alagoano Pedrinho teme ataque na Ucrânia

Campeonato ucraniano foi suspenso e tem forte presença de atletas brasileiros com 30 jogadores; só no Shakhtar são 13

Por Tribuna Independente25/02/2022 09h09
Alagoano Pedrinho teme ataque na Ucrânia
Alagoano Pedrinho com o compatriota David Neres em treino do Shakhtar Donetsk antes das invasões militares da Rússia na Ucrânia - Foto: Assessoria

O meia-atacante alagoano Pedrinho, ex-Corinthians, é um dos jogadores brasileiros reunidos em um hotel de Kiev à espera de ajuda para deixar a Ucrânia. Ele defende o Shakhtar Donetsk.
Em vídeo enviado ao site Globoesporte.com, o jogador falou sobre a tensão vivida na capital ucraniana após a invasão de tropas russas. E admitiu: o clima é de medo.

“Estamos no hotel, no Ópera, em uma sala, todos reunidos, famílias, amigos. Estamos esperando algo que o governo possa fazer para nos retirar daqui. É muito tenso, estamos com bastante medo do que pode acontecer, mas tentamos ficar tranquilos e acalmar nossas famílias”, disse o jogador.
O Shakhtar Donetsk ofereceu aos jogadores brasileiros e seus familiares um ônibus ou acesso a um trem para tentar deixar o país. Mas eles estão com medo de sair do hotel. Por isso, pedem intervenção do governo brasileiro.

“Esse é o apelo que faço aos governadores do Brasil, à embaixada, para que possa nos tirar daqui o quanto antes. É uma situação complicada, delicada, e não temos muito o que fazer, só esperar o que tem para acontecer. Estamos aqui numa sala, todos reunidos e esperando que algo seja feito por nós. Esse é o apelo que faço, para pedir ajuda a quem tem contatos, para que isso possa ser feito o mais rápido possível”, afirmou Pedrinho.

O Campeonato Ucraniano foi suspenso. A competição tem forte presença de atletas brasileiros – são 30 jogadores. Só no Shakhtar, são 13.

AMEAÇA

As federações de futebol da Polônia, Suécia e República Tcheca se posicionaram, condenando o que chamam de “agressão da Rússia à Ucrânia”. As três seleções, envolvidas na fase de repescagem das Eliminatórias Europeias para Copa do Mundo, se recusam a jogar em território russo.

Os jogos decisivos estão marcados para 24 (semifinal) e 29 (repescagem final) de março deste ano. A Polônia tem jogo semifinal marcado em Moscou contra a Rússia. O vencedor da semi entre Suécia e República Tcheca enfrenta os russos, caso cheguem à final. Dirigentes de Fifa e Uefa vão se reunir ainda nesta quinta-feira para responder de forma conjunto ao pedido das seleções.
“a escalada militar que estamos observando está associada a graves consequências e a uma redução significativa do nível de segurança das nossas representações e delegações oficiais”, disse a federação polonesa em um trecho do comunicado oficial.

Em conjunto, as federações dizem ainda que aguardam uma resposta imediata de Fifa e Uefa sobre o caso e a apresentação de soluções alternativas para os próximos jogos. “Os assinantes deste apelo não consideram viajar para a Rússia e jogar partidas de futebol lá. A escalada militar que estamos observando traz sérias consequências e uma segurança consideravelmente menor para os times de futebol e delegações oficiais do nosso país.

Portanto, esperamos que a Fifa e a Uefa reajam imediatamente e apresentem soluções alternativas em relação aos locais onde essas partidas dos playoffs que se aproximam podem ser disputadas”, diz parte da nota oficial.