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ACABARAM COM O SÃO JOÃO

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ACABARAM COM O SÃO JOÃO

 

Bartpapo com Geraldo Câmara128 de junho de 2024

Isto não se faz mas fizeram e ao longo dos anos uma das mais bonitas festas do mundo que são as juninas estão sendo anuladas a cada ano com a indesejável chegada das músicas importadas de outros recantos do país e que estão aniquilando com a cultura nordestina neste setor. O pior é que os prefeitos, os dirigentes são os primeiros a estimularem esse desastre com a contratação dos “Aloks” da vida que nada, em nada mesmo contribuem para as tradicionais festas juninas tão decantadas.

Acho até injusto com os próprios turistas que saem de suas casas em outros rincões do país para assistirem aqui o que já estão por demais acostumadas a verem e ouvirem por lá. Tirando de lado as quadrilhas, que aliás já estão também ficando muito sofisticadas, muito pouco resta para se ver e ouvir no nordeste brasileiro sem que haja a interferência incrível das outras culturas, principalmente no setor musical.

Ora, vamos e venhamos que a música é e sempre será uma grande promotora do que somos, do que pensamos. Da riqueza das letras às melodias maravilhosas, criadas muitas delas sob a inspiração dos sertões nordestinos, vide Luiz Gonzaga, todas acabam por manifestar a pureza que até imaginamos, os mais antigos, que pudessem voltar aos ouvidos de nós todos. Mas, cá pra nós, sem nada contra, mas em pleno São João e a preço de ouro ter que ouvir a estridente voz de Pablo Vittar, simplesmente não dá. Manifestei acima o exemplo outro de Alok. Tudo bem, um grande artista como DJ, respeitado por tudo e por todos, mas não para as festas juninas.

Lembro-me, quando jovem no Rio de Janeiro que todos os quartéis do bairro militar de Deodoro promoviam inesquecíveis “arraiás” que a turma da época jamais esqueceu. De uma pureza, de uma simpatia, maravilhosas para arrumar novas namoradas e por aí vai. Era um motivo para incutir no povo carioca a cultura nordestina em toda a sua amplitude. E aí, agora, fazemos exatamente o contrário, esquecemos da época e vamos buscar as músicas e costumes que fazem parte do brasileiro, sim, mas não nessa maravilhosa fase puramente nordestina onde até as brincadeiras inocentes das adivinhações, dos casamentos matutos, tudo desaparecendo como que por encanto na estúpida mania de achar que só o novo funciona.

Campina Grande, na Paraíba e Caruaru em Pernambuco ainda conservavam as tradições e frequentei muito divertindo-me a valer. Não sei agora, mas por informações soube que também estão entrando nesse estúpido modernismo que destrói culturas e tradições como se estivessem rasgando arquivos e testemunhos de tudo o que era bom e que já não servissem para nada a não ser como referência de que “naquele tempo” era assim.

Mas não falemos só de festas juninas. Falemos da destruição do carnaval que esqueceu as marchinhas que lhe deram nome para aderirem a outra qualidade de música que também mudou a cara dos carnavais tradicionais. As músicas são completamente diferentes, os ritmos também. O “axé” dominou o carnaval baiano, o sertanejo está entrando em todos os carnavais, os Djs também e enquanto isso nossas referências vão deslisando pelo ralo ficando apenas na memória de uns e nos escritos de outros.

Que pena! Entender cultura parece muito difícil, principalmente quando os interesses de alguns visam muito mais os possíveis lucros do que a manutenção de nossos valores culturais e patrimoniais. Ainda que imateriais.

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